Há três anos, seu
Elias se dedica aos cuidados com sua esposa, dona Maria, que tem Alzheimer e,
por causa de uma infecção, se encontra acamada.
Seu Elias e dona Maria. Foto: Elizangela De Bona |
“É fácil amar quando
a saúde e a conta bancária estão em dia – bem alinhadas e sobrando. É fácil
amar quando só há o belo, o arrumado... O amor se fortalece e prova ser amor
quando se torna difícil”. As frases são de um texto de Maria Fernanda Paetzel e
refletem bem o amor do seu Elias Della Giustina, de 90 anos, e da dona Maria
Werncke Della Giustina, de 92, casados há 72 anos.
Há três anos, dona Maria, que já tinha Alzheimer, teve uma
infecção urinária muito forte e, desde que voltou do hospital, está acamada.
Ela se alimenta por sonda, não pode falar e nem ouvir, mas quem disse que isso
importa para o seu Elias? “Amo tanto ela, dá até uma dor no coração ver ela
assim, mas vou continuar cuidando da minha companheira. Até quando Deus
quiser”, afirma.
Com um carinho de encher os olhos, frequentemente seu Elias
se coloca ao lado da esposa, onde conversa e acaricia a amada, sempre
preocupado com seu bem estar. A dedicação e o carinho são explícitos. “Coisa
linda de se ver”. E é com a mesma alegria e carinho com que cuida da esposa que
seu Elias lembra o passado. “Nosso casamento sempre foi muito bom. Passamos por
situações difíceis, mas superamos. Ela sempre foi muito boazinha pra mim. Uma
companheira e tanto”, destaca.
Seu Elias ainda lembra orgulhoso dos tempos em que a mulher
fazia roscas e bolacha enfeitada para vender. “Ela era famosa pelas roscas que
fazia. Tinha dias em que fazia sete fornadas, tudo encomenda. Fazia bolacha
também”, comenta.
Juntos, seu Elias e dona Maria tiveram 10 filhos: Zenir,
Verônica, Vilson, Terezinha, Gesni, Hélio, Margarete, Franquelino, Carmelita e
Hilda. Hoje, além dos filhos, o casal tem 31 netos, 39 bisnetos e dois
tataranetos. “Presentes de Deus”, segundo o senhor. Desde 1943, já foram sete
casamentos, o que, para seu Elias, ainda é pouco. “Casaria de novo com ela. Mais sete vezes”,
ressalta. Sem dúvidas, um “amor sem limites, o maior e mais forte que existe”,
como diria Roberto Carlos.
“O desafio é reconhecer o amor mesmo em dias de silêncio – quando não há pistas do que se passa dentro do outro, quando até respirar parece não provocar movimento”.
(Maria Fernanda Paetzel)
Matéria publicada em agosto de 2015, no jornal Cidade Notícias.
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